Revista Afro Bahia

O negro, o índio são pessoas de valor.
Sou professora em uma área indígena, ou seja, trabalho em uma aldeia onde os alunos são todos índios. Até então, nunca sofri nenhuma retrição dentro dos órgãos da educação, mas quando fui lotada para esta comunidade senti o desprezo de alguns colegas. Hoje parte dos que faziam parte deste rol de amizades já não são os mesmos, pois o precoceito é grande. Com isto quero dizer que me sinto honrada, respeitada, querida que mesmo não sendo índia desenvolvo bem o meu trabalho, sou aceita pela comunidade, meus alunos nunca me criticaram.Como é difícil lidar com o preconceito, acho que as pessoas que recriminam o negro o indio, devedriam conviver mais com estas pessoas para sentir o quanto é bom lidar com a diferença. Para mim estar sendo um trabalho gratificante, estou bastante satisfeita com a minha atuação e ao retorno tem me ensinado que: pobre, negro e índio no Brasil são mesmo criticados, perseguidos, descriminados, mas as pessoas que detem deste preconceito não são dignos de viver em sociedade. Esta sociedade fragmentada de valores morais, éticos, que só pensam em criticar, no entanto esquecem que esta sociedade é resultado de um sistema mesquinho que impõe, exige e esqueçe que o verdaeiro homem não se encontra na cor da pele mas no valor que traz na alma.

Enviado por: Elda Maria da Silva 12/07/2008